A Estrutura do Esporte Olímpico e Paralímpico: Uma Pirâmide de Representatividade

As entidades esportivas surgem com o propósito de defender os interesses de seus praticantes, e essa é a base inicial do reconhecimento de qualquer entidade, seja ela de nível internacional, nacional ou regional. Quando os praticantes de determinada modalidade não se sentem representados por uma entidade, ela passa a não ter o reconhecimento de seus pares e perde a legitimidade. Essa é a premissa básica de representatividade no esporte.

Contudo, com o crescimento e a popularização do esporte houve um aumento significativo do número de entidades esportivas, em todos os níveis, todas buscando o reconhecimento de seus praticantes. Diante desse cenário, como é definida a entidade que verdadeiramente representa uma modalidade específica? A resposta está na estrutura do esporte olímpico e paralímpico, que se assemelha a uma grande pirâmide de representatividade, que tem nos Comitês Internacionais, Olímpico e Paralímpico, seu ponto mais alto.

O Topo da Pirâmide: COI e IPC

No topo dessa pirâmide estão os Comitês Internacionais, Olímpico (COI) e Paralímpico (IPC), entidades responsáveis por liderar os movimentos olímpicos e paralímpicos, respectivamente, promovendo o desenvolvimento do esporte em todo o mundo, organizando e regulando os Jogos Olímpicos e Paralímpicos. Tanto o COI quanto o IPC também são as entidades com a responsabilidade de reconhecer as Federações Internacionais, que são responsáveis pela administração de cada modalidade olímpica. 

Federações Internacionais e o Reconhecimento Global

As Federações Internacionais são as entidades que organizam cada modalidade esportiva em nível mundial. Elas atuam  diretamente ligadas ao COI e ao IPC, promovendo o desenvolvimento de suas respectivas modalidades ao redor do planeta e são responsáveis por estabelecer as regras que deverão ser seguidas internacionalmente. Elas trabalham em conjunto com as entidades nacionais, que uma vez reconhecidas, representam oficialmente a modalidade em cada país. No caso da  Escalada Esportiva, a Federação Internacional reconhecida pelo COI e pelo IPC é a IFSC (International Federation of Sport Climbing), que é a entidade responsável por promover o crescimento da escalada esportiva e da paraescalada no mundo, organizando campeonatos mundiais e circuitos internacionais como a Copa do Mundo de Escalada e Paraescalada.

Comitês Olímpicos e Paralímpicos Nacionais e a Representação Nacional

Em cada país, existem os Comitês Nacionais (CONs), Olímpicos e Paralímpicos, que, seguindo a cadeia de representatividade, reconhecem como entidade nacional responsável pela modalidade, aquela filiada à Federação Internacional reconhecida pelo COI e IPC. No Brasil, essa função é desempenhada pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), e a entidade nacional de escalada filiada à Federação Internacional da modalidade, a IFSC, é a CBEscalada, que detém este reconhecimento desde a sua fundação em 2014. 

Entidades Regionais e de Prática: a Base da Pirâmide

Dentro dessa estrutura, as entidades nacionais têm autonomia para reconhecer as entidades regionais ou estaduais que representam a modalidade em suas respectivas áreas de atuação. Essas entidades formam a base da pirâmide e são responsáveis por organizar e promover o esporte em nível local, contribuindo para o desenvolvimento da modalidade em todos as regiões do país. 

Ao lado destas entidades regionais ou estaduais, existem as entidades de prática desportiva, que podem estar filiadas diretamente à entidade nacional. No caso da Escalada Esportiva, essas entidades são os ginásios, locais onde os atletas praticam a modalidade e se formam os novos talentos do esporte. 

A Importância da Organização Esportiva

A organização das entidades esportivas em uma pirâmide de representatividade é fundamental para garantir a padronização das regras, a organização de competições e o desenvolvimento do esporte em todos os níveis. Além disso, essa estrutura permite que os atletas tenham a oportunidade de representar seu país em competições internacionais, como Campeonatos Mundiais e, eventualmente, até nos Jogos Olímpicos ou Paralímpicos.