Training Camp da Seleção Brasileira de Paraescalada prepara atletas para o Mundial 2025

Atletas que participaram do Training Camp da Paraescalada. Foto: CBEscalada

Atletas que participaram do Training Camp da Paraescalada. Foto: CBEscalada

No último fim de semana (22 a 24 de agosto), a Seleção Brasileira de Paraescalada participou de um Training Camp intensivo no Centro de Treinamento de Escalada Olímpica, no Parque Cajuru. O foco foi totalmente voltado à preparação para o Campeonato Mundial de 2025, que acontece em setembro, na Coreia do Sul. O evento contou com a presença de atletas oficialmente convocados para o Mundial, além de participantes de vagas remanescentes, proporcionando uma experiência de alto nível para todos os envolvidos na modalidade.

Entre os atletas convocados estavam Eduardo Miguel Schaus, Leonardo de Oliveira Sofka, Marina Dias e Luciano Frazão, que participaram de treinamentos específicos, incluindo simulações de finais, preparação física e mental, leitura de vias e gestão de equipamentos. Já nas vagas remanescentes, estiveram presentes nomes promissores da Paraescalada nacional, com destaque para Robson Mendes e Allan Pereira (classe B), Lívea Flor (classe B2, em transição do atletismo pelo Comitê Paralímpico do Brasil) e Kauê de Morais (classe AL1, atleta cadeirante e de alto rendimento no Paraesqui).

Segundo a comissão técnica, todos os atletas, tanto convocados quanto convidados, apresentaram evolução significativa, tanto em aspectos físicos quanto mentais. O Camp também foi uma oportunidade de preparação para os desafios específicos do Mundial, incluindo simulações de qualificatórias e finais, gestão de aclimatação para o fuso horário da Coreia e ajustes técnicos junto aos treinadores pessoais.

Estrutura e Setting

O Training Camp destacou-se pelo alto nível técnico das instalações, com agarras internacionais do catálogo IFSC (Federação Internacional de Escalada Esportiva), iguais às usadas em competições mundiais. Com esse recurso, os atletas puderam enfrentar desafios muito próximos aos do Mundial, elevando sua performance física, mental e técnica, e se preparando de forma ainda mais estratégica para a competição.

Foto: Andrew Oliveira/CBEscalada.

Foto: Andrew Oliveira/CBEscalada.

O evento também ganhou um toque especial com a presença de routesetters experientes e diversificados, garantindo vias de alta qualidade exclusivas para a Paraescalada. Entre os profissionais envolvidos estavam seis routesetters nacionais: Murilo Neves, Lucas Scalco, Michel Ferreira, Natalia Campos, Lucas Vidal e Hugo Cesário (estes dois atuando como voluntários).

Outro grande destaque foi a participação da espanhola Maragda Gabarre, profissional de nível IFSC, que já atuou como chefe de routesetters em Innsbruck, além de etapas da Copa do Mundo e Campeonatos Mundiais. Maragda trouxe novas perspectivas à equipe nacional, reforçando a importância da diversidade de gênero e da renovação no cenário da escalada.

Foto: Andrew Oliveira/CBEscalada.

Foto: Andrew Oliveira/CBEscalada.

Três dias de trabalho intenso

O Training Camp da Seleção Brasileira de Escalada ocorreu ao longo de três dias, de sexta a domingo, com foco no desenvolvimento técnico e estratégico dos atletas.

No primeiro dia, os atletas receberam feedbacks individuais do desempenho no Campeonato Brasileiro de Paraescalada 2025, e tiveram contato com vias mais técnicas, provocando uma mudança de perspectiva em relação aos desafios anteriores. Os routesetters também puderam compartilhar suas percepções sobre as propostas das vias para cada categoria e testá-las considerando as limitações dos participantes. Esse exercício, além de proporcionar empatia, ajudou os setters a compreender melhor as necessidades e desafios de cada atleta.

Após essas discussões, os atletas experimentaram vias de nível técnico superior ao do campeonato, provocando uma “mudança de chave” em sua abordagem. Com base nas experiências do primeiro dia, os routesetters ajustaram as vias para que o segundo dia oferecesse ainda mais aproveitamento e desafio. Durante todo o processo, houve a mediação entre atletas e setters, garantindo que todas as necessidades fossem contempladas.

O terceiro dia foi dedicado a um simulado de final, reproduzindo o processo completo de competição. Os atletas ficaram em isolamento, tiveram seis minutos para leitura das vias e, conforme as regras da IFSC, tiveram acesso apenas a fotos do topo das vias. Cada atleta foi desafiado em duas vias, uma no período da manhã e outra à tarde.

O treinamento recebeu elogios de Rafael Nishimura, que destacou o trabalho da equipe Maragda e os routesetters, reconhecendo a coesão e a conexão do time com as necessidades da Paraescalada. Além disso, os atletas elogiaram a comissão técnica e administrativa da CBEscalada, destacando a organização, a disponibilidade e o acesso à informação, tanto para os participantes da seleção quanto para os atletas de vagas remanescentes.

Marco histórico para o desenvolvimento da Paraescalada no Brasil

Segundo a comissão técnica, o Camp foi um marco histórico para o desenvolvimento da Paraescalada no Brasil, combinando infraestrutura de ponta, equipe qualificada e foco no aperfeiçoamento dos atletas. Além de aprimorar a performance individual, o evento permitiu observar a evolução da modalidade e fortalecer o repertório técnico da equipe, alinhando-se aos padrões internacionais e às exigências do Campeonato Mundial.

O próximo passo será a publicação da circular de convocação para a seleção de 2026, que deve detalhar critérios técnicos e administrativos para inscrição, incluindo resultados, cooperação com a CBEscalada e preparação para competições futuras.

O Training Camp não apenas preparou os atletas para o Mundial, mas também reforçou o compromisso da CBEscalada com a diversidade, inclusão e profissionalização da Paraescalada, consolidando o Brasil como referência emergente na modalidade.

 

 

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