Presidente Nishimura visita o Comitê Paralímpico Brasileiro
A escalada é um esporte olímpico. Contudo, ser um esporte olímpico não significa ser automaticamente um esporte paralímpico e participar das Paraolimpiadas. Dito isso, a escalada não é, ainda, um esporte Paralímpico. A expectativa é que a modalidade faça sua estreia nos Jogos Paralímpicos de 2028 em Los Angeles. Até lá, a ABEE não pode firmar convênio com o Comitê Paralímbico Brasileiro (CPB), nos moldes que tem com o COB, e receber repasses de recursos específicos para a Paraescalada.
Mas mesmo sem esta relação formal, a ABEE já deu um bom primeiro passo na aproximação com o CPB. Nosso presidente Raphael Nishimura, paraescalador medalha de prata no Mundial de Paraescalada em 2012, visitou este mês de maio as dependências do Comitê em São Paulo. Por lá ele conheceu a estrutura e iniciou conversas importantes para a promoção da Paraescalada com o apoio do CPB.
Segundo Nishimura, o CPB demonstrou grande interesse na Paraescalada e colocou sua sede à disposição dos paratletas da modalidade, permitindo o uso de toda a infraestrutura e serviços, como academia, médicos, exames físicos e alojamentos.
Na conversa com o Diretor de Esportes de Alto Rendimento, Jonas Freire, um interesse mútuo: a construção de uma parede de escalada nas dependências do CPB. A expectativa é que com uma estrutura dessa natureza o número de paraescaladores deva crescer, já que é bastante comum a migração entre modalidades.
Ainda nos planos futuros das entidades está a busca conjunta de recursos para enviar atletas da Paraescalada para eventos internacionais, como o Campeonato Mundial e a Copa do Mundo de Paraescalada.
Paraescalada no Brasil
A Paraescalada no país ainda está em seus primeiros passos. Apesar da conquista de Nishimura em 2012, o número de atletas ainda é bem reduzido. Mesmo assim, a ABEE tem o compromisso de realizar o Campeonato Brasileiro de Paraescalada, que já acontece desde sua fundação em 2014, e este ano irá acontecer em conjunto com o Campeonato Brasileiro Juvenil. Além de garantir a realização do nacional, mesmo com pouquíssimos participantes, a ABEE ainda concede isenção de filiação e inscrição para todos os paratletas.
Para 2022, como não é possível fazer uso da verba do COB para a Paraescalada, a ABEE não conseguiu incluir no planejamento financeiro com outros recursos o envio de atletas para participar de eventos internacionais. Mesmo assim, teremos uma representante brasileira na primeira etapa da Copa do Mundo em Salt Lake City. Marina Dias, portadora de esclerose múltipla, irá disputar a competição na categoria RP2 Feminina. Ela irá com recursos próprios e a ABEE pagará a licença internacional e inscrição da paratleta.
Outro avanço importante da ABEE na Paraescalada é a capacitação dos profissionais. O membro do Departamento Médico, Dr. Angelo Bortoli, está atualmente realizando certificação junto a IFSC para se tornar Médico Avaliador Oficial de Paratletas. A expectativa é que ele possa realizar a avaliação prática ainda este ano, em evento oficial IFSC.
Para 2023 a expectativa é incluir no planejamento a participação de paratletas brasileiros em pelo menos uma competição internacional, de preferência o Campeonato Mundial de Paraescalada em Bern, na Suiça. A ideia é, em parceria com o CPB, montar um projeto de captação de recursos junto às esferas federal e estadual.