Novo formato olímpico definiu campeões mundiais no combinado

O Campeonato Mundial de Escalada terminou no último domingo em Innsbruck e premiou os campeões na Dificuldade (Lead), Boulder e Velocidade, assim como os campeões do Combinado (Overall). Diferente das edições anteriores onde os campeões do combinado eram decididos apenas pelo desempenho dos atletas nas 3 modalidades de forma separada, dessa vez tivemos uma final entre os 6 atletas mas bem qualificados, utilizando o novo formato olímpico que estará presente nos jogos de Tóquio em 2020. Foi o primeiro grande contato do público com o formato, onde os atletas tiveram que competir novamente nas 3 modalidades em sequência em uma final separada e específica.

O título combinado e o novo modelo olímpico

O título combinado está presente nos mundiais de escalada desde 2012. Os atletas competindo nas 3 modalidades são ranqueados utilizando as suas colocações em cada uma. Estas colocações são multiplicadas e os atletas com o menores resultados dessa multiplicação ficam com os primeiros lugares. Por exemplo, se um atleta consegue a 10ª posição na velocidade, a 3ª no boulder e o 1ª na dificuldade, a sua pontuação final será 10 x 3 x 1 = 30. Um outro atleta que tenha consiga a 2ª posição na velocidade, a 5ª no boulder e a 2ª na dificuldade, teria uma pontuação final de 20, e ficaria mais bem colocado do que o anterior, mesmo sem ter vencido em nenhuma modalidade.

Até o último mundial em 2016 apenas esse sistema era utilizado para calcular o ranking combinado e decidir os campeões. Esse ano o IFSC adicionou uma final separada, utilizando o modelo de disputa que fará parte dos Jogos Olímpicos de 2020 em Tóquio. Os 6 melhores atletas do ranking combinado, tanto masculino e feminino, se classificaram para essa final e disputaram novamente as 3 modalidades: Velocidade, Boulder e Dificuldade; exatamente nessa ordem.

Na velocidade os 6 atletas são pareados em 3 confrontos diretos. Os 3 vencedores avançam para as semifinais, juntamente com o perdedor com o melhor tempo. Os 4 novamente se enfrentam em 2 confrontos, e os 2 vencedores avançam para a final da modalidade. No boulder a disputa é exatamente igual a da final da modalidade: 4 boulders com 4 minutos de tentativas em cada um. O atleta com o maior número de tops fica em primeiro, com o número de zonas e as tentativas para tops e zonas sendo os critérios de desempate. Na dificuldade os atletas escalam uma via, assim como nas finais da modalidade, contudo, não existe a possibilidade de utilização da colocação na fase anterior para o desempate, ficando o tempo com o principal critério.

Assim como no ranking combinado, as colocações dos atletas em cada uma das modalidades da final são multiplicadas e o atleta com o menor resultado é o campeão.

Janja Garnbret e Jakob Schubert vencem as diputas do combinado

Janja Garnbret, Sol Sa e Jessica Pilz no podium combinado feminino (Foto: Eddie Fowke/IFSC)

As mulheres foram as primeiras a disputar as finais no novo modelo. As 6 melhores classificadas nas 3 modalidades foram a eslovena Janja Garnbret, a austriaca Jessica Pilz, a coreana Sol Sa, a suiça Petra Klinger e as japonesas Akyo Noguchi e Miho Nonaka. Na velocidade a coreana Sol Sa saiu na frente, ganhando a disputa com a austríaca Jessica Pilz que ficou em segundo. No boulder a eslovena Janja Garnbret conseguiu a vitória, com Sol Sa ficando em segundo na modalidade e se mantendo na liderança no geral. Na última disputa, a dificuldade, Janja novamente levou a melhor ao fazer o top em menos que a austríaca Jessica Pilz, que ficou em segundo. Com mais essa vitória na dificuldade e com o 5º lugar na velocidade, Janja ficou com a pontuação final de 5 e levou o título, com Sol Sa em segundo com 12 pontos e Jessica Pilz em terceiro com 24 pontos.

Jakob Schubert, Adam Ondra e Jan Hojer no podium combinado masculino (Foto: Eddie Fowke/IFSC

Os 6 melhores classificados no combinado masculino: Jakob Schubert, Kai Harada, Adam Ondra, Jan Hojer, Kokoro Fuji e Tomoa Narasaki; avançaram para a final no modelo olímpico. Na velocidade, o alemão Jan Hojer saiu na frente, vencendo o austríaco Jakob Schubert. No boulder o austríaco brilhou e ficou com a vitória na modalidade à frente do tcheco Adam Ondra em segundo. Na dificuldade, Ondra subiu mais alto que todos e ficou com a vitória na modalidade. Contudo não foi o suficiente para ficar com o título combinado, já que Jakob Schubert escalou para a segunda colocação e garantiu a vitória, com um total de 4 pontos. Adam Ondra ficou em segundo com 10 pontos e Jan Hojer em terceiro com 24.

Brasileiros no Ranking Combinado

Os atletas do time brasileiro disputaram todas as 3 modalidades durante o mundial e ficaram assim elegíveis para entrarem no Ranking Combinado. Entre os homens, o melhor colocado foi Cesar Grosso, que ficou na 62ª posição na combinação dos seus resultados na velocidade, boulder e dificuldade, entre 87 atletas. Em seguida está Pedro Nicoloso, na 69ª posição, Felipe Ho na 70ª e Jean Ouriques na 71ª. No feminino a melhor colocação ficou com Thais Makino, na 60ª posição entre 67 atletas. Luana Riscado ficou em 61º, Camila Macedo em 62º e Patrícia Antunes em 66º.

 

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